Uma vez que é difícil encontrar os livros, aqui vai, com antecedência, a proposta para a próxima Comunidade de Leitores , na Culturgest, que começa em Janeiro de 2009. Não se esqueçam que devem inscrever-se. Consultem o site da Culturgest para a Programação completa.
http://www.culturgest.pt/Tema: “O Dinheiro e/ou a Felicidade?” Janeiro a Março, 2009, Lisboa.
Nesta época “de crise”, como convivemos com o dinheiro ( ou com a sua falta)? Estarão o dinheiro e a felicidade estreitamente ligados? Anthony Trollope, no séc.XIX inspirou-se em escândalos financeiros para contar, em “The Way We Live Now”, (1875), várias histórias – entre elas a de Lady Carbury que recorre à escrita para sobreviver e manter a sua “reputação” - que ilustram a corrupção económica, moral, política e intelectual, do seu tempo. Durante os sécs. XVIII e XIX, esta questão foi alvo de escrutínio por parte de pensadores e analistas económicos. Em “Cândido” (1759), Voltaire remete a felicidade, enigmaticamente, para a forma como “cultivamos o nosso próprio jardim” e critica asperamente o consumismo desregrado. Do século XVIII para o XIX, o dinheiro – heranças, investimentos, especulações – foi o centro das atenções como nos mostra William Thackeray em “Barry Lyndon” (1844) e “Vanity Fair” (1848), dois romances que satirizam uma sociedade dependente do “vil metal”, recuperando a tradição picaresca de Henry Fielding ( “Tom Jones”, 1749).
Nesta Comunidade, começaremos por Alain de Botton e a sua análise do conceito de “status” contemporâneo, cuja fragilidade se revelou no “crash” económico recente. Com Amis, revisitaremos um clássico que ilustra os excessos dos anos 80 (séc. XX) e, com Fitzgerald, mergulharemos em plena nostalgia de um breve tempo de abundância. Henry James mostra-nos o lado sombrio do dinheiro e o seu poder manipulador, o que acontece, também, na recordação de Duras, condenada a uma pobreza abjecta na remota Indochina. Para terminar, Jane Austen revela a sua atitude em relação ao dinheiro no seu romance mais inquietante. Através destas leituras discutiremos o lugar dos bens materiais na vida dos seres humanos os quais, afinal, parecem não ter mudado muito, ao longo dos tempos.
28 Janeiro - “Status. Ansiedade”, Alain de Botton, Ed. Dom Quixote
11 Fevereiro - “Money” Martin Amis , Ed. Teorema
25 Fevereiro - “O Último Magnate ”, Scott Fitzgerald, Ed. Relógio D’Água
4 Março - “Washington Square”, Henry James, Ed. Europa-América , Ed. Estampa como “A Herdeira”
18 Março - “Uma Barragem Contra o Pacífico”, Marguerite Duras, Ed. Difel
25 Março - “O Parque de Mansfield” Jane Austen, Ed. Europa-América