Nota: A fotografia de Nelson Algren em Division Street é do seu amigo Art Shay. O retrato de Swinburne pode ser de Dante Gabriel Rossetti mas não tenho a certeza
Tenho estado sem Internet, sem visitas ao Facebook e a trabalhar recorrendo às velhas Enciclopédias - para datas e verificação de dados - das quais não me desfaço nem por nada porque isto das novas tecnologias é muito bonito... quando funcionam. Rapidamente, e antes que o sinal desapareça como tem acontecido nestes últimos dias, gostava de vos contar que estive a escrever um texto para o Público sobre o último livro do Miguel Sousa Tavares, uma tarefa que é uma espécie de "batata quente"que me atiraram para as mãos, mas que fiz com prazer. Também reparei que os editores portugueses não têm ligado nenhuma ao facto de, este ano, se comemorar o centenário do nascimento do escritor norte-americano Nelson Algren. Creio - e posso estar muito enganada - que não existem traduções portuguesas de "Man With the Golden Arm" - que foi passado para o cinema pelo Otto Preminger com um Frank Sinatra a fazer de drug addict - nem de "A Walk on the Wild Side" que também foi adaptado ao cinema. São bons romances, duros e violentos e o próprio Algren - mais conhecido pelo affair tórrido com Simone de Beauvoir - é uma figura interessante. Escrevi um texto sobre ele que irá sair na revista ELLE de Outubro - meteu-se pelo meio outro texto sobre o Elia Kazan que não é personagem das minhas simpatias, antes pelo contrário, mas cujo centenário também é de assinalar, este ano - e avisar-vos-ei quando aparecer.
Outra efeméride que merece uma nota: os 100 anos sobre a morte do poeta Swinburne. O esquecimento não é de admirar, neste caso: Swinburne com o seu sentimentalismo - apreciado pelos pré-rafaelitas - é já um pouco indigesto mas tem algumas coisas excitantes como o poema em que ele sonha que visita Lesbos:
Ah the singing, ah the delight, the passion!
All the Loves wept, listening; sick with anguish,
Stood the crowned nine Muses about Apollo;
Fear was upon them,
While the tenth sang wonderful things they knew not.
Ah the tenth, the Lesbian! the nine were silent,
None endured the sound of her song for weeping; Laurel by laurel,
Faded all their crowns; but about her forehead,
Round her woven tresses and ashen temples
White as dead snow, paler than grass in summer,
Ravaged with kisses,
Shone a light of fire as a crown forever.
Yea, almost the implacable Aphrodite
Paused, and almost wept; such a song was that song.
Yea, by her name too ...
E vai por aí fora, não consigo transcrever mais. A Rainha Vitória gostava bastante.