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por Oldfox, em 20.06.13

Inveja Literária II

Ainda o novo livro de Rogério Casanova, "Trabalhos de Casa. 2008-2012". Não vos posso dizer muito sobre o autor. (Os portugueses são, em geral, muito reservados e, talvez por essa razão, a tradição da Biografia seja uma não tradição, ao contrário dos anglo-saxões que adoram Biografias – e que bem que as escrevem!)

Dizia eu… Rogério Casanova nasceu em Lisboa em 1980. É, por isso,  um jovem e talentosíssimo crítico e está tudo dito. Não li “Pastoral Portuguesa”, a sua “rotheana” ( no título) obra de 2009 mas li a sua excelente tradução de”A Mecânica da Ficção” de James Wood (2010), outro grande crítico literário, ensaísta e romancista inglês (n. 1965). Aliás, em “Trabalhos de Casa” há um texto sobre o dito James Wood. Não vou comentar – parece-me estranho uma crítica (eu) criticar um texto de um crítico (Casanova) sobre outro crítico (Wood) – mas aqui vai um bom pedaço: “No seu melhor James Wood é um crítico-pavão, e muitos dos seus triunfos de percepção são ilustrados com uma metáfora arriscada: mas acerta mais vezes do que falha.” Seguem-se alguns exemplos da apreciação de Wood sobre Melville, George Steiner e Updike. Para terminar: “Não importa que o homem queira ser o São Paulo da crítica: é como Salomão que deve ser lido”  (pág. 257).

E eu afirmo, sem peias: James Wood - o homem que criou o termo "realismo histérico", referindo-se a "Dentes Brancos" de Zadie Smith - é o Rogério Casanova do New Yorker.

 

 

Again, the new book by the literary critic Rogério Casanova. Can’t tell you much about the author. He was born in Lisbon in 1980.(Portuguese are very severe regarding their privacy, a fact that might explain the non – existence of biography writing like the one that the Anglo-Saxon countries produce). Casanova is a young and very talented writer and critic. In “Trabalhos de Casa” he writes about the (also) critic James Wood, whose “How Fiction Works" he translated into Portuguese. I will not say a word about  this piece – it is vaguely uncomfortable for a literary critic (me) to appreciate a text of another critic (Casanova) who writes about, yet, another critic (Wood). I will say that Wood - the man that coined the term "hysterical realism" on reviewing "White Teeth" by Zadie Smith, is the New Yorker Casanova, that’s all!

 

Imagem: Photo-illustration: Everett Bogue; Photos: Getty Images, istockphoto

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publicado às 20:01


1 comentário

De Anónimo a 20.06.2013 às 21:34

Não é crítico literário quem quer ou quem lhe "passa pela cabeça e aqui vai disto!". É preciso ter alma, ter dom, ter mundo e, sobretudo, muita, muita sensibilidade, muita arte!
Rogério Casanova tem isso tudo.
Um talento!

Cristina Carvalho

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